Trata-se de um belo
ícone da escola cretense do século XVII. A atitude própria das Virgens da
Ternura encontra-se aqui acentuada e muitos dão explicação para caracterizara
GLYKOFILLÚSA (em tradução italiana literal seria ¨dolce baluarte¨): na Virgem Eleúsa ou Virgem da Ternura, a Mãe apenas acolhe o
afeto do Menino e muitas vezes olha algures, a própria Virgem acaricia o
Menino. Esta é uma distinção não aceita por todos. Há ícones que trazem no
fundo escrito o nome de Glykofilúsa.
Além das expressões da
carícia dos dois rostos, sensibiliza-nos
a disposição das mãos: a do Menino Jesus está apoiada num confiante abandono
sobre a mão direita da Mãe, enquanto que com a sua mão esquerda Ela o segura e
ao mesmo tempo parece acaricia-lo. O vermelho é delicado e muito claro em relação
aos demais ícones: a escola cretense acolhia elementos derivados da pintura
retratística ocidental . As vestes – feitio, coloridos, pregas são as
tradicionais: a mafórion da Santíssima Virgem um cereja-escuro a veste azulada
com mangas bordadas. Jesus se veste como adulto e tem os pezinhos descalços, a
mãozinha direita, apoiada sobre o joelho, aperta o rolo da Escritura, os
traços do rosto mostram ser verdadeira
menino.
A Virgem da Ternura
(Eleúsa e Glykofilúsa) era um tipos de ícone que tinha uma popularidade
especial nos Balcãs, nas regiões gregas e italo-bizantinas. (Donadeo Irmã Maria
– Ícones da Mãe de Deus) .
O ícone de Maria não é como
naturalismo ou o renascentismo, que a representa como uma bela mulher com o
menino maravilhoso, mas aquele que manifesta seu mistério, isto é, que leva o
cristão ao conhecimento e ao amor do Filho, do Espírito e do Pai. O
caráter epifânico da Theotokos se modula através de uma
tipologia que não estabelece tanto os traços de seu perfil ou retrato, mas os
diferentes tipos de sua representação: 1-HODIGHÍTRIA, ou guia para Cristo, que é o caminho; 2- ELEUSA, ou terna e misericordiosa, que
segura nos braços o Menino, o qual se abraça afetuosamente à Mãe, face na face; 3- ORANTE, que representa a Virgem de pé,
ao lado de Cristo (Deésis), ou com as mãos erguidas e com o Menino no seio,
enquadrado por um círculo. (Parracini, 2001, p, 8,9).
Eleusa significa “a terna”, “a compassiva”; assim, quando aplicada à Mãe de
Deus , passa a ser um dos títulos iconográficos marianos mais conhecidos: VIRGEM
DA TERNURA. Esse título é dado pelo afeto que une Mãe e Filho e
exalta a humanidade de Cristo.
É
um ícone da escola cretense do século XVII. “Genitora de Deus” (Theotokos,
segundo a expressão grega) é o titulo que o Concilio de Éfeso, em 431, atribui
a Nossa Senhora, e que a tradição oriental conservou e privilegiou ao longo dos
séculos até hoje. A virgem é representada enquanto o Filho, abraçando-a
ternamente, lhe revela sua paixão. Doce, terna, triste, alegre penetrante,
compreensiva. Maria sintetiza em si o Fiat da Igreja inteira, pronunciando-o em
nome de cada criatura. O protótipo desta tipologia provém de Bizâncio (a
tradição quer que tenha sido pintada pelo evangelista Lucas) (Parravicini, 2001
p. 134).
As
expressões de caricias dos dois rostos. Sensibiliza-nos a disposição das mãos:
a do Menino Jesus está apoiada num confiante abandono sobre as mãos direita da
Mãe, enquanto que com sua mão esquerda Ela segura e ao mesmo tempo parece
acariciá-lo.
A
contemplação desse ícone nos conduz a uma experiência espiritual profunda.
Levando-nos a seguir um movimento que parte dos olhos da Virgem em direção às
suas mãos. Passa das mãos de Maria para a da criança novamente para os olhos de
Maria.
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