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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

VIRGEM DA TERNURA

VIRGEM DA TERNURA

Trata-se de um belo ícone da escola cretense do século XVII. A atitude própria das Virgens da Ternura encontra-se aqui acentuada e muitos dão explicação para caracterizara GLYKOFILLÚSA (em tradução italiana literal seria ¨dolce baluarte¨):  na Virgem Eleúsa ou Virgem da Ternura, a Mãe apenas acolhe o afeto do Menino e muitas vezes olha algures, a própria Virgem acaricia o Menino. Esta é uma distinção não aceita por todos. Há ícones que trazem no fundo escrito o nome de Glykofilúsa.
Além das expressões da carícia dos dois  rostos, sensibiliza-nos a disposição das mãos: a do Menino Jesus está apoiada num confiante abandono sobre a mão direita da Mãe, enquanto que com a sua mão esquerda Ela o segura e ao mesmo tempo parece acaricia-lo. O vermelho é delicado e muito claro em relação aos demais ícones: a escola cretense acolhia elementos derivados da pintura retratística ocidental . As vestes – feitio, coloridos, pregas são as tradicionais: a mafórion da Santíssima Virgem um cereja-escuro a veste azulada com mangas bordadas. Jesus se veste como adulto e tem os pezinhos descalços, a mãozinha direita, apoiada sobre o joelho, aperta o rolo da Escritura, os traços  do rosto mostram ser verdadeira menino.
A Virgem da Ternura (Eleúsa e Glykofilúsa) era um tipos de ícone que tinha uma popularidade especial nos Balcãs, nas regiões gregas e italo-bizantinas. (Donadeo Irmã Maria – Ícones da Mãe de Deus) .

O ícone de Maria não é como naturalismo ou o renascentismo, que a representa como uma bela mulher com o menino maravilhoso, mas aquele que manifesta seu mistério, isto é, que leva o cristão ao conhecimento e ao amor do Filho, do Espírito e do Pai. O caráter epifânico da Theotokos se modula através de uma tipologia que não estabelece tanto os traços de seu perfil ou retrato, mas os diferentes tipos de sua representação: 1-HODIGHÍTRIAou guia para Cristo, que é o caminho; 2- ELEUSA, ou terna e misericordiosa, que segura nos braços o Menino, o qual se abraça afetuosamente à Mãe, face na face; 3- ORANTE, que representa a Virgem de pé, ao lado de Cristo (Deésis), ou com as mãos erguidas e com o Menino no seio, enquadrado por um círculo. (Parracini, 2001, p, 8,9).

Eleusa significa “a terna”, “a compassiva”; assim, quando aplicada à Mãe de Deus , passa a ser um dos títulos iconográficos marianos mais conhecidos: VIRGEM DA TERNURAEsse título é dado pelo afeto que une Mãe e Filho e exalta a humanidade de Cristo.

            É um ícone da escola cretense do século XVII. “Genitora de Deus” (Theotokos, segundo a expressão grega) é o titulo que o Concilio de Éfeso, em 431, atribui a Nossa Senhora, e que a tradição oriental conservou e privilegiou ao longo dos séculos até hoje. A virgem é representada enquanto o Filho, abraçando-a ternamente, lhe revela sua paixão. Doce, terna, triste, alegre penetrante, compreensiva. Maria sintetiza em si o Fiat da Igreja inteira, pronunciando-o em nome de cada criatura. O protótipo desta tipologia provém de Bizâncio (a tradição quer que tenha sido pintada pelo evangelista Lucas) (Parravicini, 2001 p. 134).
            As expressões de caricias dos dois rostos. Sensibiliza-nos a disposição das mãos: a do Menino Jesus está apoiada num confiante abandono sobre as mãos direita da Mãe, enquanto que com sua mão esquerda Ela segura e ao mesmo tempo parece acariciá-lo. 
            A contemplação desse ícone nos conduz a uma experiência espiritual profunda. Levando-nos a seguir um movimento que parte dos olhos da Virgem em direção às suas mãos. Passa das mãos de Maria para a da criança novamente para os olhos de Maria.


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