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domingo, 25 de setembro de 2011

VIRGEM DA TERNURA



O ícone de Maria não é como naturalismo ou o renascentismo, que a representa como uma bela mulher com o menino maravilhoso, mas aquele que manifesta seu mistério, isto é, que leva o cristão ao conhecimento e ao amor do Filho, do Espírito e do Pai. O caráter epifânico da Theotokos se modula através de uma tipologia que não estabelece tanto os traços de seu perfil ou retrato, mas os diferentes tipos de sua representação: 1- Hodighítria, ou guia para Cristo, que é o caminho; 2- Eleusa, ou terna e misericordiosa, que segura nos braços o Menino, o qual se abraça afetuosamente à Mãe, face na face; 3- Orante, que representa a Virgem de pé, ao lado de Cristo (Deésis), ou com as mãos erguidas e com o Menino no seio, enquadrado por um círculo. (Parracini, 2001, p, 8,9).

Eleusa significa “a terna”, “a compassiva”; assim, quando aplicada à Mãe de Deus , passa a ser um dos títulos iconográficos marianos mais conhecidos: Virgem da Ternura. Esse título é dado pelo afeto que une Mãe e Filho e exalta a humanidade de Cristo.

            É um ícone da escola cretense do século XVII. “Genitora de Deus” (Theotokos, segundo a expressão grega) é o titulo que o Concilio de Éfeso, em 431, atribui a Nossa Senhora, e que a tradição oriental conservou e privilegiou ao longo dos séculos até hoje. A virgem é representada enquanto o Filho, abraçando-a ternamente, lhe revela sua paixão. Doce, terna, triste, alegre penetrante, compreensiva. Maria sintetiza em si o Fiat da Igreja inteira, pronunciando-o em nome de cada criatura. O protótipo desta tipologia provém de Bizâncio (a tradição quer que tenha sido pintada pelo evangelista Lucas) (Parravicini, 2001 p. 134).
            As expressões de caricias dos dois rostos. Sensibiliza-nos a disposição das mãos: a do Menino Jesus está apoiada num confiante abandono sobre as mãos direita da Mãe, enquanto que com sua mão esquerda Ela segura e ao mesmo tempo parece acariciá-lo. 
            A contemplação desse ícone nos conduz a uma experiência espiritual profunda. Levando-nos a seguir um movimento que parte dos olhos da Virgem em direção às suas mãos. Passa das mãos de Maria para a da criança novamente para os olhos de Maria.


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